Avançar para o conteúdo principal

Força eletromotriz

A força electromotriz E (F.E.M) é uma das principais características de um gerador. Provoca num dos bornes ou terminais do gerador um excesso de electrões em relação ao outro, o que cria uma diferença de potencial entre eles. Também se pode dizer que a F.E.M. é a diferença de potencial aos terminais de um gerador, quando este está em vazio ou seja quando não fornece corrente. Veremos à frente porquê. 
A unidade de F.E.M. é o Volt, pois trata-se de uma diferença de potencial (d.d.p.) entre dois pontos. 
A F.E.M. mede-se com um voltímetro ligado aos terminais do gerador, quando este está em vazio, sem alimentar qualquer carga ou seja quando não fornece corrente ao exterior. Mas vamos aprofundar mais um pouco: 
A energia eléctrica é produzida por geradores, que são unidades capazes de transformar outras formas de energia em energia eléctrica. Por exemplo, os alternadores e os dínamos são máquinas geradoras que transformam a energia mecânica em eléctrica. As pilhas e os acumuladores são geradores que transformam energia química em eléctrica; etc.
Por outro lado, a utilização de energia é feita por receptores, como por exemplo, os motores que transformam a energia eléctrica em energia mecânica; os acumuladores que transformam a energia eléctrica em energia química; as resistências que transformam a energia eléctrica em energia calorífica; as lâmpadas que transformam a energia eléctrica em energia calorífica e luminosa; etc.
A energia eléctrica pode também ser produzida a partir de outras fontes de energia, tais como a energia nuclear, energia eólica, energia solar, energia das marés etc.
As transformações de energia referidas, podem ser agrupadas em dois conjuntos. O grupo das transformações reversíveis, isto é, passa-se da energia A para a energia B e posteriormente da energia B para a energia A (ver o caso do alternador e do motor). E o grupo das transformações irreversíveis em que se passa da energia A para energia calorífica (como se sabe, o calor que se liberta para a atmosfera é uma forma de energia irrecuperável depois de produzida).
Nas situações a que se podem associar as transformações reversíveis de energia, é possível definir duas novas grandezas. No caso dos geradores define-se a força electromotriz (f.e.m.) e no caso dos receptores define-se a força contra-electromotriz (f.c.e.m.), como veremos de seguida.

Força electromotriz (f.e.m.)

Como se viu anteriormente, a energia eléctrica pode ser originada por diversos processos (conversão de energia mecânica, química, etc.). De qualquer modo, o resultado final desse fenómeno é sempre o aparecimento de uma força electromotriz (E) que caracteriza a fonte de energia eléctrica e que garante uma determinada diferença de potencial entre os terminais dessa fonte. Assim, a f.e.m. de um gerador (E) pode definir-se como sendo a energia transformada de não eléctrica em eléctrica, por unidade de carga E=W/Q. No Sistema Internacional, a unidade de f.e.m. é o volt (V). Da equação anterior vem que W = E*Q = E*I*t . Esta é a energia eléctrica produzida pelo gerador, no tempo t. A correspondente potência eléctrica produzida pelo gerador será P produzida pelo gerador = E*I.
Esquematicamente, um gerador pode ser representado do seguinte modo, em que R0 representa a resistência interna do gerador:
Fig. 1
A tensão (VAB) fornecida pelo gerador para o exterior é menor do que a f.e.m. (E) produzida, devido à queda de tensão no interior do próprio gerador ( R0*I ).
Em termos de potências, pode escrever-se que E*I = VAB*I + R0*I^2 que por outras palavras significa que a potência produzida no gerador (E*I) é igual a potência fornecida (VAB*I) mais a potência de perdas no gerador por efeito da sua resistência interna (R0*I^2 )

Onde:

  • P produzida pelo gerador = E*I
  • P fornecida pelo gerador para o exterior = VAB*I
  • P perdas no gerador = R0*I^2

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Transístores Bipolares BJT - Exercício - ponto de funcionamento DC em repouso

O desafio de hoje é ca lcular o VCE do  transístor, no circuito mostrado na fig.1. O Beta do transístor é 200 e o VBE de 0.7V. O VCC é de 12V conforme mostrado no esquema da figura 1 e o transístor está a funcionar na zona activa directa (não está ao corte nem à saturação). Fig.1 - Circuito a analisar Vamos então ver como chegar ao valor de VCE. Sabemos que VCE=VC-VE. No entanto para conhecer os valores de VC e VE temos de calcular as quedas de tensão em R1 e R4, o que só é possível se conhecermos IC e IE. IC e IE dependem de IB e do Beta do transístor que neste caso é 200. IC=Beta * IB e IE=(Beta+1) * IB. Como temos o Beta, falta-nos então conhecer o valor de IB para poder determinar o valor de IE e IC, que por sua vez nos permitem calcular as tensões no colector e emissor do transístor. Fig.2 Cálculo da tensão de Thevenin Vth Para calcular o IB, vamo-nos socorrer do teorema de Thévenin , que simplifica muito o circuito. Começamos por abrir o ci...

OPAMPs - Ganho em malha fechada - Amplificador inversor

Quanto tempo já gastou a decorar as fórmulas do ganho de tensão das várias montagens possíveis com Ampops? Já imaginou donde vêm essas fórmulas? Fig.1 Montagem Inversora Sabendo as características dos AMPOPs  ideais   não é difícil chegar às fórmulas do ganho de tensão. Vamos então relembrar as características dos amplificadores operacionais ideais: Ganho infinito em malha aberta; Largura de banda infinita; Impedância de entrada infinita; Impedância de saída nula; Ausência de ruído; Offset = zero (exactamente 0 V na saída quando as duas entradas forem exactamente iguais); Sem dependência térmica. Tomando como exemplo a montagem inversora representada na fig 1, vemos que ao abrigo das características ideais dos OPAMPs não existe corrente de entrada, pois a sua impedância é infinita. Logo: A corrente que circula em R1 é igual à corrente que circula em R2; A diferença de potencial entre a entrada positiva e negativa é ~= 0, pelo...

Espelhos de Corrente com Transístores Bipolares

Considerações Iniciais Apesar de alimentação geral de um sistema ser feita por fontes de tensão, é por vezes  vantajoso  alimentar  circuitos com fontes de corrente.  Uma fonte de corrente é um circuito que gera uma corrente constante obtida a  partir de uma fonte de tensão.  No caso dos circuitos integrados, as fontes de corrente são usadas com frequência para impor uma corrente num circuito, evitando assim usar resistências.  As resistências não são adequadas para uso interno em circuitos integrados, pois ocupam uma área grande na pastilha de silício .  A polarização de transístores  dentro de um circuito integrado é frequentemente baseada no uso de fontes de corrente constante. Como normalmente são precisas várias, estabelece-se uma corrente de referência que posteriormente é replicada ou copiada as vezes necessárias através de um circuito designado espelho de corrente . A corrente de referência pode ser gerada com uma resistênci...